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“É fundamental que o respeito à diversidade seja discutido no ambiente escolar”

“É fundamental que o respeito à diversidade seja discutido no ambiente escolar”

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No 3º encontro do “Escolas Transformadoras Debate”, convidados discutiram a importância de trazer a temática da diversidade sexual aos alunos, professores, comunidade e pais

Na terça-feira, dia 29, aconteceu o terceiro encontro da série “Escolas Transformadoras Debate”. Na edição, transmitida ao vivo pelo Facebook, foi discutido o tema “o protagonismo dos estudantes na defesa da diversidade sexual e de gênero”. Afinal, em que medida os jovens têm ensinado a escola, os professores e a comunidade a compreender e a agir no respeito à diversidade?

Para discutir essas questões, estiveram na mesa de debate Lula Ramires – empreendedor social da Ashoka, filósofo, Doutorando em Educação pela USP e coordenador do CORSA, entidade de defesa das pessoas LGBT – e Wellington Soares – Editor assistente das revistas Nova Escola e Gestão Escolar, ganhador da menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog em 2015 pela reportagem ‘Precisamos falar sobre Romeo’. Duas alunas do Coletivo Feminista do Colégio Equipe (SP) também estariam na conversa, mas, por conta de um imprevisto, elas não puderam participar.

Um dos tópicos levantados no debate foi referente à alteração na terceira e última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que removeu referências iniciais à necessidade de respeito à “orientação sexual” e “identidade de gênero”. Violência de gênero e preconceito causam evasão escolar. Ao mesmo tempo, a Constituição Federal diz que condições para acesso e permanência na escola devem ser garantidas pelo Estado. Portanto, para garantir a lei, é necessário inserir a temática da diversidade sexual e de gênero no ambiente escolar. Mas como fazer isso?

Esse é um tema ligado à cidadania e à ética, então não tem como ele não ser inserido na escola”, defendeu Lula Ramires. Para ele, um dos principais entraves na escola no que diz respeito ao avanço no respeito à diversidade está na própria formação de professores – um de seus campos de atuação. “Na minha experiência como formador, percebo que muitos docentes não têm preconceito contra a população LGBT, mas sim falta de informação sobre o assunto. Eles reclamam que não discutem essa questão na universidade e que, portanto, não sabem lidar com a diversidade em sala de aula.”

Wellington Soares, por sua vez, diz que o medo e a censura também aparecem como fortes obstáculos no combate à discriminação. “Às vezes, a resistência vem de fatores externos, como os pais dos alunos. Mas também pode vir de dentro, do próprio professor, que não sabe abordar o tema, ou até mesmo da coordenação da escola”. No entanto, ele vê com otimismo a maneira com que os jovens têm protagonizado a luta pelos direitos LGBT e a igualdade de gênero. “Quando os alunos se colocam tão ativamente, isso desperta a necessidade do professor abordar o assunto”. E finalizou: “Os professores não devem evitar um assunto só para se esquivar de atritos. Se a gente não trata a violência contra LGBTs no currículo, estamos negando o direito de muitos alunos à educação.”

Se você não conseguiu assistir ao bate-papo na íntegra, assista agora!

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