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Eda Luiz: “Dá para fazer diferente em educação pública”

Eda Luiz: “Dá para fazer diferente em educação pública”

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Diretora de Escola Transformadora de São Paulo participa de bate-papo com estudantes universitários

Por Carolina Prestes / Escolas Transformadoras

Na última terça-feira, 11 de outubro, Eda Luiz, diretora da Escola Transformadora Cieja Campo Limpo, localizada na zona Sul de São Paulo, esteve presente na Faculdade Sumaré (Unidade Santo Amaro) para um bate-papo com estudantes de pedagogia. O encontro integrou a programação da Semana Pedagógica da Faculdade e decorreu da parceria estalecida entre a Sumaré e o Instituto Alana, correalizador do Programa Escolas Transformadoras Brasil ao lado da Ashoka.

O Cieja Campo Limpo foi fundado em 1998 e, recentemente, reconhecido pela UNESCO como referência mundial de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A unidade atende 1300 jovens e adultos que, há muito, foram apartados do sistema de ensino, não tendo acesso nem mesmo ao ensino básico. No Brasil, esta é uma realidade gritante. O Censo Escolar de 2015 aponta um total de 3,4 milhões de matriculas na EJA. Segundo o IBGE, em 2015, eram 13milhões de analfabetos no país.

Eda Luis fala para estudantes de pedagogia da Faculdade Sumaré

Eda Luis fala para estudantes de pedagogia da Faculdade Sumaré

“A educação é uma ferramenta para formar pessoas. Retornar aos estudos é retornar à possibilidade de sonhar, de traçar objetivos para a vida”, afirmou Eda. Para ela, o educador precisa acreditar que, mesmo nas situações mais difíceis, é possível fazer diferente.

Os estudantes presentes, contudo, relaram as dificuldades de inovar. Muitos, que já estão realizando estágio na rede pública, dividiram as experiências do dia-a-dia: “Levo propostas diferentes, mas ninguém acata, dizem que não vai dar certo. Muitas vezes, é desanimador”, afirmou uma das alunas.

“Dá para fazer diferente em educação pública”, respondeu Eda com a confiança de quem milita na área e atua, desde sempre, para promover uma aprendizagem significativa. “Para ser educador é preciso gostar de gente! Não rotule os alunos. Acredite em quem está na sua frente. Tente entender como cada um constrói conhecimento e ouse”, sugeriu, destacando que o ‘olho no olho’ é fundamental para que a troca aconteça e para que o aprendizado faça sentido para todos os envolvidos. A educadora também comentou que para encontrar este sentido, a escola precisa conhecer a história da comunidade em que está inserida: “Ser educadora é pensar no coletivo”, defendeu.

Durante o bate-papo, os estudantes também relataram a insatisfação de alguns professores que os recebem no estágio. Eda Luis provocou: “será que esse desinteresse geral não decorre da forma como estamos conduzindo os processos de educação?”. Para ilustrar, ela trouxe como exemplo o Projeto ‘Ser Jovem no Capão’, desenvolvido por jovens do Cieja Campo Limpo. “Foi um processo que partiu deles. Nós realizamos uma escuta e analisamos como abordar as diferentes áreas do saber nos temas que eles desejavam pesquisar”.

Todos saíram entusiasmados do encontro. “É um respiro ouvir relatos como esse, a gente entende que dá sim pra fazer diferente”, concluiu, com sorriso nos olhos, uma das alunas.

Vale dizer que o Cieja está sempre de portas abertas para receber todos os interessados em ver de perto uma experiência em educação que enxerga cada ser humano como único e capaz de ser protagonista da sua história.

Veja fotos do encontro!

Roda de Conversa com Eda Luis

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