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“A principal inovação educativa é quando transformamos a qualidade das relações sociais dentro e fora da escola”

“A principal inovação educativa é quando transformamos a qualidade das relações sociais dentro e fora da escola”

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Painel de abertura do 1º Encontro Latinoamericano de Educação Transformadora problematiza concepções que a sociedade faz da expressão “inovação educativa”

Por Raquel Franzim
De Bogotá/Colômbia
Fotos: Divulgação / Educación Transformadora

Você já deve ter escutado inúmeras vezes a expressão “inovação educativa”. Na educação, tempo vai, tempo vem, palavras povoam as mentes e os debates promovidos por diversas instituições e na formação de educadores.

“Educação inovadora” é uma delas e essa expressão não é tão nova. Desde o movimento da Escola Nova, sempre se tentou dar novos rumos aos processos de ensino e aprendizagem. E cada época trouxe uma visão de inovação, ora pautada mais em métodos e metodologias, ora baseada na organização curricular. Há ainda, na última década, a relação direta entre inovação e usos e manejos das novas tecnologias.

Fato é que o painel de abertura do 1º Encontro latino-americano de Educação Transformadora – Um encontro para pensar e reinventar a educação na América Latina, no último dia 8 de novembro, trouxe relevantes contribuições ao assunto. Especialmente na escolha dos seus convidados.

Para Gaby Arenas, da Fundação TAAP da Colômbia, inovação está atrelada à postura de refletir sobre mitos que se tem na educação, como por exemplo, que crianças mais pobres são incapazes de aprender ou são limitadas em seu desenvolvimento. Ela pondera, contudo, quando inovação faz parte de um anseio de transformar o mundo e quando a época e o contexto social trazem a inovação como um ato de resistência necessário.

Adriana Araque, do Colégio de Estudos Superiores de Administração da Colômbia, argumentou que, na formação de educadores, um dos maiores desafios é que a inovação educativa saia do campo do discurso e, de fato, as ações se façam inovadoras.

Para além de uma ação, uma cultura de inovação. Foi essa a ideia defendida por Olga Ramirez Torrez, da Fundação Universitária Andina. A educadora considera fundamental que a inovação educativa seja vista como uma mudança na conjuntura, no ecossistema educativo, e não apenas de uma ou outra prática docente.

As aprendizagens que a Ashoka teve ao longo desses 30 anos com empreendedores sociais de todo o mundo foi o ponto de partida para Anamaria Schindler conceituar inovação na educação. Para ela, o trabalho dos empreendedores são inovadores especialmente porque transformam as relações sociais estabelecidas. “A principal inovação educativa é quando transformamos a qualidades das relações sociais dentro e fora da escola”, disse Anamaria, reforçando a fala de Olga Torrez sobre a necessidade de apoio para uma conjuntura de inovação, não apenas de algumas pessoas ou práticas inovadoras.

Em comum, convidados e convidadas da mesa de abertura concordam: não há inovação educativa sem uma leitura apurada do mundo em que vivemos e quais soluções buscamos construir juntos para os desafios que se apresentam. Tampouco há inovação sem o reconhecimento de que toda criança e jovem é e pode ser um agente de transformação e sem acreditar nessa potência de criar, de imaginar e de viver novos mundos de todo educando. E você, já se perguntou o que entende por inovação educativa?

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