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“A escola precisa convidar a família a participar do seu dia a dia”

“A escola precisa convidar a família a participar do seu dia a dia”

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Colaboração, diálogo e proximidade para um bem comum: melhorar a educação para transformar a sociedade. A participação da família na educação escolar de seus filhos traz impactos positivos não apenas ao percurso acadêmico de crianças e jovens, mas também à escola, que passa a contar com a contribuição de outros agentes para pensar, se responsabilizar e participar das decisões escolares, e ainda aos próprios familiares, que aprendem e se transformam a partir dos desafios que a educação e a relação em comunidade apresentam.

Mas, no que diz respeito a essa relação entre escola e família, quais seriam as principais tensões desta parceria e como lidar com elas? Como despertar na escola e nos familiares a cultura do diálogo? Na última terça-feira, dia 13, o programa Escolas Transformadoras realizou um debate com transmissão ao vivo para refletir sobre estas e outras questões.

O debate “Fazer junto: parcerias transformadoras entre escola e família” contou com a participação de Luciana Fevorini, diretora do Colégio Equipe; Ana Elisa Siqueira, diretora da Escola Amorim Lima; Hugo Alves, pai de estudantes da Escola Waldir Garcia e sócio-fundador do CEFA (Coletivo Escola Família do Amazonas); e Eneida Lipai, mãe associada da Escola Vivendo e Aprendendo desde 2011, e que atualmente compõe a diretoria da escola. Confira abaixo quais foram os principais temas discutidos no live:

Construção de parceria família-escola

“A escola tem uma forma de falar com as famílias que é unilateral. Ela quer passar informações, mas não recebê-las. Ela manda cartas, mas não as responde, impedindo muitas vezes que a parceria com as famílias seja construída. A direção precisa convidar o pai e a mãe a participar da escola no dia a dia, e não só quando há problemas”, opina Luciana Fevorini. Autora do livro “O envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos“, que traz um olhar sobre o grau de envolvimento dos pais das classes sociais média-alta e alta na educação escolar dos filhos, a diretora do Colégio Equipe acredita que é papel da escola oportunizar e criar espaços de diálogo com pais e mães.

No entanto, esse espaço de troca não deveria se limitar a eventos dos filhos e a reuniões de pais. Para ela, é preciso propiciar outros caminhos e meios de participação da família nas atividades cotidianas. A Escola Vivendo e Aprendendo, por exemplo, estabeleceu uma rotina em que pais e mães estão envolvidos no fazer pedagógico: eles contam histórias aos estudantes, participam dos processos do dia a dia e, como resultado, desenvolvem vínculos e aprendem a fazer junto com a escola e com a comunidade. “Na sociedade atual em que vivemos, marcada pelo individualismo, o senso comunitário tem que ser trabalhado diariamente”, defende Eneida Lipai. Isso porque a construção dessa parceria exige tempo, paciência e um entendimento de que as mudanças só serão possíveis se todos compreenderem a importância de valorizar os aprendizados, as divergências e os desafios contidos nesse processo.

Ana Elisa Siqueira, diretora da Escola Amorim Lima, lembra ainda que a escola deve respeitar as particularidades e o conhecimento de cada família, ou seja, pais e mães não precisam atuar na vida escolar de seus filhos da mesma maneira. “Na Amorim Lima, existem várias frentes de participação. Temos pais engajados no conselho da escola, outros em comissões de festas, na horta comunitária ou na biblioteca. Eles observam essas frentes e decidem por conta própria como querem se associar”, conta. “É importante lembrar que não é possível aprender a dialogar fora da experiência. A participação na escola é algo que se aprende, e não que está dado desde o começo.”

No debate, vieram à tona exemplos bem-sucedidos de famílias que decidiram ser figuras atuantes na escola de seus filhos. É o caso dos membros do CEFA (Coletivo Escola Família do Amazonas), um grupo de mães e pais engajados na luta por uma educação pública de qualidade, e que acredita que todos nós temos responsabilidade em transformar e melhorar a realidade educacional. Desde 2015, esse grupo atua com escolas parceiras em Manaus (AM). Hugo Alves é sócio-fundador do coletivo e, neste ano, matriculou uma de suas filhas na Escola Municipal Professor Waldir Garcia, onde vem intervindo desde então. “Percebi que eu precisava estar dentro da escola para fazer diferença. Quando os pais fortalecem o vínculo com a escola, eles estão fortalecendo o vínculo com seus filhos, que é a essência de tudo.”

Confira estas e outras reflexões sobre a importância da parceria escola e família no vídeo abaixo:

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