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Roda de conversa discute a importância do protagonismo na educação

Roda de conversa discute a importância do protagonismo na educação

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Texto: Carolina Prestes | Fotos: Rodolfo Goud | Vídeo: Interrogação Filmes

No último dia 8 de novembro ocorreu, na UNIBES Cultural, em São Paulo, a roda de conversa ‘Protagonismo na educação – por uma sociedade de sujeitos transformadores’. Organizada pelo Programa Escolas Transformadoras, a iniciativa é a segunda de uma série de quatro rodas, que acontecerão entre 2016 e 2017. O primeiro encontro, realizado em maio deste ano, debateu a importância da empatia na educação. Para os próximos anos, estão previstas duas novas rodas, sobre criatividade e trabalho em equipe, competências-chave se desejamos formar sujeitos transformadores, que tomem responsabilidade pelo mundo e contribuam pra mudanças sociais positivas.

A roda sobre protagonismo na educação foi mediada por Raquel Franzim e Antonio Lovato, coordenadores do programa no Brasil. Estiveram presentes lideranças das Escolas Transformadoras do Brasil, Venezuela e Argentina, estudantes, representantes de organizações da sociedade civil, jornalistas, pesquisadores, psicólogos, arquitetos, entre outros debatedores. Juntos, pensaram sobre o que é ser protagonista e como este protagonismo se releva entre crianças e jovens. Também foi discutido o lugar do adulto e o papel que a escola possui dentro deste contexto.

A roda de conversa também deu origem à publicação ‘Protagonismo – a potência de ação da comunidade escolar’. O livro digital é composto de 10 artigos que apresentam um olhar compartilhado sobre protagonismo na educação.

O que a roda discutiu

Helena Singer, socióloga e integrante da Comunidade Ativadora do programa, chamou a atenção para as políticas públicas para o protagonismo. Para a socióloga, a conversa sobre protagonismo foca demais no estudante, enquanto seria preciso olhar também para os professores: “Para mim, o protagonismo do estudante revela-se na liberdade de escolha sobre o que se deseja estudar; na possibilidade de construir o seu currículo e o seu próprio percurso de aprendizagem”, mas ressaltou que essa realidade é improvável se não confiarmos nos professores: “É impossível uma escola proporcionar isso aos alunos se os educadores não forem protagonistas do processo também. Eles devem ter a função de criar as condições para que o estudante possa fazer essas escolhas. Porém, no Brasil, há uma descrença em relação à capacidade do professor e se busca oferecer sempre o pronto, o apostilado, para que ele faça o básico. Isso impossibilita que o estudante seja protagonista, já que nem o educador o é”.

A arquiteta e pesquisadora Beatriz Goulart ressaltou que o protagonismo também tem a ver com o espaço físico das escolas: “Precisamos de lugares para encontros e debates – precisamos de outro tempo e espaço. E esse é o papel da escola, pensar sobre qual lugar vai acolher o que deseja-se fazer”.

Durante a conversa, os debatedores trouxeram à tona o momento político vivido pelo país e as ocupações dos estudantes secundaristas como uma notável revelação de protagonismo juvenil.

Fátima Limaverde, fundadora e coordenadora da Escola Vila (CE), ressaltou que ‘o fazer’ é fundamental para que o protagonismo se revele: “Na Vila abrimos espaço para que as crianças e os jovens se expressem, critiquem, falem, debatam e façam escolhas. Trabalhamos para que eles possam exercer sua cidadania de forma plena, sempre num papel atuante. Acho que esse é o caminho”, comentou, lembrando que durante as eleições municipais, a escola promoveu um debate com os candidatos à prefeitura de Fortaleza e que os alunos foram os responsáveis por organizar, mediar as mesas e construir as perguntas.

Confira a roda de conversa na íntegra:

Veja fotos do encontro:


Encontro Anual Escolas Transformadoras 2016

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