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Pesquisa mostra a importância da experiência das escolas itinerantes do MST

Pesquisa mostra a importância da experiência das escolas itinerantes do MST

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Pesquisa feita no IFPR Campus Jacarezinho se inspira no projeto político pedagógico de escolas itinerantes do MST

Por William Nunes

Na última quarta-feira (17), o professor Carlos Henrique da Silva e a orientanda Meline Lopes Pinheiro, do IFPR – Câmpus Jacarezinho, apresentaram uma pesquisa sobre as escolas itinerantes do MST e quais práticas pedagógicas delas poderiam ser traduzidas para as escolas públicas. A apresentação aconteceu no ‘I Encontro Internacional da Rede Escola Pública e Universidade’, na Universidade Federal do ABC (UFABC).

A pesquisa no assentamento do MST, em Jacarezinho, iniciou com os estudantes do Ensino Médio. Carlos, professor de Geografia, levou os estudantes para realizarem pesquisas de território no assentamento, bem como para entender a história do movimento, sua forma de organização e impacto. A partir disso, a estudante Meline, da Pós-Graduação ofertada pelo campus também se interessou e propôs a pesquisa com a escola itinerante.

A escola itinerante pesquisada é a Escola Valmir Mota de Oliveira, que também fica no município de Jacarezinho, no Paraná. As escolas itinerantes surgiram no contexto do Movimento Sem Terra, para garantir o direito à educação de jovens e adultos em situação de itinerância e acampamento. O projeto político-pedagógico está atrelado ao projeto político do próprio MST, como uma forma de luta pela transformação social na qual acreditam: luta pela terra, pela reforma agrária e luta por uma sociedade mais justa e fraterna.

Meline Lopes nos conta: “Partimos do questionamento de que nem toda proposta de educação sai do papel e também da inquietação de como realmente podemos alcançar mudanças sociais. Se formos observar a sala de aula hoje, não é muito diferente do que era no século dezenove. Então, fomos buscar por escolas que realizassem projetos políticos-pedagógicos atuantes e transformadores. Por isso o MST foi escolhido”, explica Meline.

Outro objetivo da pesquisa (que está em andamento) é entender quais são as experiências das escolas itinerantes do MST que podem ser repensadas para dentro da escola pública comum, como o próprio IFPR Jacarezinho. O professor Carlos Henrique explica porque essa troca é importante: “A pedagogia do MST é formada sobre matrizes como a luta social e a organização coletiva. No que esta pedagogia pode contribuir para que o processo de ensino-aprendizagem trabalhado na escola pública seja mais significativo para estudantes e professores?”, diz o professor. No momento, a pesquisa está em fase de ampliar os levantamentos das práticas pedagógicas da escola itinerante Valmir Mota.

Raquel Franzin, assessora pedagógica do Instituto Alana, comenta sobre a importância da troca de experiências entre as escolas: “Escolas Transformadoras são aquelas que também transformam a si mesmas, que não se acomodam, que influenciam e também se deixam influenciar. Esse diálogo é extremamente rico. O fato do Instituto Federal do Paraná adotar a discussão da Reforma Agrária também como uma pauta deles, mesmo que seja através de uma pesquisa, é uma atitude única e transformadora por parte dos estudantes e dos educadores”, comenta Raquel.

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