Escola Amigos do Verde (RS)

Escola Amigos do Verde (RS)

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Educar é um processo de transformação na convivência de todos os atores envolvidos.”

Dr. Humberto Maturana
Neurobiólogo

Em 1984, nasceu a Pré-Escola Amiguinhos do Verde, com uma proposta totalmente inovadora, e com o objetivo principal de desenvolver uma aprendizagem equilibrada entre as áreas cognitiva e afetiva. O grande diferencial da escola, na época, era a preocupação ecológica – quando a ecologia não era um tema emergente como nos dias atuais – aliada à alimentação naturalista. A Amiguinhos do Verde cresceu e, em 1989, passou a oferecer também o ensino fundamental até a 4ª série, mudando o nome para Escola de 1º Grau e Pré-Escola Amigos do Verde.

Atualmente, a Escola Amigos do Verde, além da educação infantil, oferece ensino fundamental do 1º ao 5º ano, de acordo com as novas leis de educação. Registrada e autorizada pela Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul (SEC/RS), a escola tem seu plano de estudos e seu projeto pedagógico revisados anualmente de acordo com a legislação em vigor.

O trabalho desenvolvido pela escola, sempre atualizado com as últimas pesquisas científicas, tem como referência teóricos como Piaget, Freinet, Emília Ferreiro, Edgar Morin, Humberto Maturana, Rafael Yus, entre outros.

Segundo Edgar Morin, a “educação deve contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão. Um cidadão é definido, em uma democracia, por sua solidariedade e responsabilidade”. É a isso que a Amigos do Verde se propõe, a auxiliar o sujeito a desenvolver sua criticidade e responsabilidade social, respeitando as particularidades, diferenças e riquezas inerentes a cada um.

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1. Por que a Amigos do Verde é uma Escola Transformadora?

Na Escola Amigos do Verde, as crianças têm a natureza como grande fonte de aprendizado. Por meio de interações com plantas e animais, os alunos crescem e desenvolvem-se, estimulados por um olhar questionador, amoroso e conciliador.

Todos os processos de aprendizagem proporcionados pela escola valorizam a afetividade nas relações interpessoais e na relação com a natureza. As vivências das crianças estão intimamente ligadas ao respeito aos ritmos da natureza e ao próximo. A escola é uma comunidade orgânica, que enxerga a experiência como ação fundamental à atribuição de sentido àquilo que se aprende.

Essa dinâmica cria caminhos para que a criança conheça a si mesma e que também reconheça e crie vínculo com o seu entorno, sempre com um olhar compreensivo e comprometido. O ambiente da escola, por si só, já se mostra favorável para que as competências transformadoras (empatia, protagonismo, criatividade e trabalho em equipe) floresçam.

2. As práticas e as competências transformadoras

A Amigos do Verde tem em seu DNA o exercício e a valorização das competências transformadoras. Um exemplo vivenciado na escola e que contribui para o desenvolvimento da empatia são as práticas de autoconhecimento. Utilizando materiais diversos, como os Rituais de Conselho e os Anjos, os estudantes refletem e conversam sobre sua forma de sentir, ampliando o conhecimento de suas próprias emoções e desenvolvendo a escuta e o acolhimento dos sentimentos alheios. A escola promove práticas para auxiliar os professores, funcionários e crianças a construir seu equilíbrio emocional por meio do contato e integração com a natureza e também por meio de massagens, relaxamentos, danças circulares e rodas de harmonização.

A frequente convivência entre crianças de diferentes idades desperta a empatia e o espírito de cooperação. A dinâmica constante de trabalho em equipe entre os alunos traz a necessidade de negociação. Negociar também é necessário no momento em que se estabelece o currículo que será trabalhado. O conteúdo não é imposto pelo professor, e, sim, definido de forma conjunta, por meio de rodas de conversa. Os estudantes escolhem e debatem os projetos que serão desenvolvidos, chegando a um consenso sobre os temas e atividades que serão trabalhados. Os alunos conciliam seus desejos de aprendizagem com o plano de estudos e estabelecem como e quando cada conteúdo será estudado.

Nesse processo de escolha, surgem, desde muito cedo, situações em que o aluno se depara com a noção e a importância do trabalho em grupo e da liderança compartilhada, passando a reconhecer que o sucesso e o alcance de determinadas ações dependem da articulação entre vários olhares e opiniões. Nesse contexto, o desenvolvimento da empatia é favorecido, pois a criança exercita a escuta e faz reflexões sobre suas próprias vontades.

A partir dessa lógica de currículo por interesse, as crianças da escola apropriam-se dos temas estudados. Alunos de 4 anos de idade, por exemplo, aprendem rapidamente sobre compostagem, e isso está intimamente relacionado ao processo de aprendizagem adotado. Após o lanche, as crianças saem correndo para jogar as cascas das frutas na composteira. Elas afirmam que “uma planta ajuda a outra a crescer”. O mesmo acontece com a reciclagem. Desde muito novas, as crianças reciclam e compreendem que o reuso de materiais secos é fundamental na preservação do planeta.

Essas aprendizagens são potentes, pois desenvolvem segurança, além de uma postura protagonista. As crianças têm domínio sobre aquilo que estão fazendo e sabem exatamente por que fazem determinada atividade. Essa autonomia que lhes é dada contribui para que seu posicionamento frente ao mundo seja questionador.

Assim como na escolha do currículo, os alunos também são ouvidos em outros processos de tomada de decisão. Todas as relações são conduzidas por uma narrativa que engaja e inspira; o autoritarismo é deixado de lado, e professores, diretores e alunos têm participação ativa nas decisões que afetam a dinâmica da escola.

Essa cultura democrática prepara o aluno para as necessidades do mundo atual, marcado pelo esfacelamento das relações hierárquicas e pelo surgimento de novas formas de liderança, em que diversos atores responsabilizam-se e conduzem processos de forma conjunta, provando que a execução de projetos não depende de uma única figura, mas da articulação de várias.

Veja as fotos da Escola Amigos do Verde:

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